A alimentação é uma das primeiras atividades diárias do recém-nascido. Conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), os bebês devem ser nutridos exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade e que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os dois anos de idade. Contudo, passar por essa experiência após todas as etapas da gravidez nem sempre é uma tarefa fácil.
Aos 34 anos, Maiqueli Coroleski, mãe da pequena Lívia, buscou ajuda no Ambulatório de Amamentação da Unimed Chapecó ainda durante a gestação para entender quais seriam os desafios da amamentação e as estratégias para estimular a produção de leite. Logo na primeira semana de vida da bebê, Maiqueli identificou que a Lívia não estava fazendo a pega correta da mama o que, consequentemente, influencia no seu crescimento. Depois disso, a mãe desenvolveu fissuras nas mamas e Lívia passou a ter mais dificuldades de sugar o leite, apesar de apresentar bastante força para o ato, a posição da pega ainda não estava correta. “Quando eu fui no Ambulatório a enfermeira me orientou a buscar ajuda de uma fonoaudióloga para corrigir a posição da língua da Lívia. Mas, a fissura estava cada vez maior e, consequentemente, começou a sair muito sangue do meu peito. Então, em paralelo ao acompanhamento da fonoaudióloga, precisei iniciar o tratamento semanal com laser para ajudar na recuperação das mamas. Foram várias semanas de tratamento e orientações até voltar ao normal”, conta Maiqueli.
Conforme explica a enfermeira do Ambulatório de Amamentação da Unimed Chapecó, Ana Paula Simioni, o aleitamento materno não é apenas um alimento, é um sistema complexo que além de conter uma combinação perfeita de macro e micronutrientes, hormônios, anticorpos e até fatores de crescimento, também fornece continuamente bactérias benéficas ao intestino infantil. “Durante o aleitamento materno o bebê tem menor risco de desenvolver alergias, está protegido contra infecções respiratórias, otites, meningites e gastroenterites, pois recebe os anticorpos de defesa que precisa para seu desenvolvimento”, complementa a enfermeira. Ainda, a longo prazo o leite materno reduz o risco de doenças crônicas como hipertensão arterial, obesidade, colesterol alto e diabetes, além de estar associado ao melhor desenvolvimento cognitivo do bebê.
Ana Paula contextualiza também que em relação às principais dificuldades das mães na hora de amamentar está o de encontrar uma posição confortável, assim como posicionar o bebê ao seio, seja pelo desconforto do pós-parto ou pela falta de habilidade. Outras dúvidas comuns são identificar quando o bebê dá sinais de fome ou quando está satisfeito. “É importante que a mãe busque um profissional capacitado para lhe auxiliar, pois muitas dificuldades iniciais são de rápida resolução. Algumas dicas também são importantes no início da amamentação: procure amamentar em um local calmo, posicione-se confortavelmente e conduza o bebê até o seio. Não espere que ele seja capaz de se organizar sozinho, abrir bem a boca e ainda ir até a mama, você precisa ajudá-lo! O corpo do bebê precisa estar bem próximo ao seu, com o rostinho de frente para a mama, o nariz na altura do mamilo, a cabeça e o tronco alinhados, com a barriguinha do bebê encostada na da mãe. Apenas com esses cuidados aumentam-se as chances de uma mamada acontecer sem provocar traumas e dores. Além disso, o bebê consegue retirar um bom volume de leite, se mantendo saudável e mais tranquilo”, orienta a enfermeira ao alertar também que, diante de qualquer dificuldade, medo, angústia ou dor é necessário buscar um profissional.