Em momentos de festa e alegria, como as vibrantes celebrações de Carnaval, é comum que muitos de nós brindemos com uma bebida alcoólica. No entanto, se você costuma alcançar um medicamento na manhã seguinte para aliviar a ressaca, é crucial estar ciente dos possíveis perigos desta prática. Misturar álcool com medicamentos, especialmente aqueles sem prescrição, pode trazer graves riscos à sua saúde.

Dafne Cristina Lopes Estevão, uma renomada farmacêutica da rede Farmais, aconselha: "Para medicamentos de venda livre, é sempre prudente ler a bula e consultar um farmacêutico para orientação."


Entenda os Riscos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o brasileiro consome, em média, 8 litros de álcool por ano, superando a média global de 6,4 litros. Durante festividades como o Carnaval, esse consumo tende a aumentar, elevando também os riscos de interações perigosas entre álcool e medicamentos. Essas interações podem diminuir a eficácia dos remédios, sobrecarregar o fígado e aumentar o risco de problemas de saúde graves.

"Combinar álcool com paracetamol, por exemplo, pode levar a uma toxicidade hepática severa, enquanto a mistura de álcool com dipirona pode intensificar os efeitos alcoólicos. Além disso, álcool e ácido acetilsalicílico aumentam o risco de sangramentos estomacais devido à irritação da mucosa", explica Estevão.

Além destes, outros problemas como sonolência, tontura, perda de coordenação e dificuldade de concentração podem ocorrer. Assim, a palavra de ordem é moderação, evitando a combinação de diferentes tipos de bebidas alcoólicas com medicamentos.


Consequências da Interação Álcool-Medicamento

As interações entre álcool e medicamentos podem resultar em uma variedade de complicações adversas, incluindo:

  • - Vômitos, palpitações, dores de cabeça, hipotensão, dificuldades respiratórias e até risco de morte quando misturados com antibióticos;
  • - Úlceras gástricas e sangramentos com anti-inflamatórios;
  • - Aumento dos efeitos adversos e sedativos, além de redução da eficácia de antidepressivos;
  • - Risco aumentado de coma e insuficiência respiratória com calmantes;
  • - Tonturas, vertigens e confusão com inibidores de apetite;
  • - Hipoglicemia com insulina;
  • - Aumento dos efeitos colaterais e risco de intoxicação, junto à diminuição da eficácia no controle de crises epilépticas com anticonvulsivantes.

Orientação Profissional é Fundamental

Antes de se entregar à folia, especialmente se estiver utilizando medicamentos, é vital estar ciente dos riscos associados à mistura com álcool. Conversar com seu médico e informá-lo sobre seu consumo de álcool é a melhor estratégia. Em geral, é recomendado evitar o consumo de álcool quando se está em tratamento médico. Consultar a bula do medicamento pode esclarecer muitas dúvidas, pois geralmente contém informações sobre interações com álcool.

Portanto, neste Carnaval, escolha celebrar com responsabilidade e saúde, garantindo que a alegria da festa não se transforme em preocupação.

Com informações de Edicase