Uma técnica brasileira realizada no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), em São Paulo, descobriu uma maneira de melhorar em até 80% o tratamento contra feridas crônicas em pacientes, que causam dor e risco alto de infecção.

Os pesquisadores identificaram a causa das feridas crônicas e detectaram agentes microbiológicos que dificultam a cicatrização. O resultado foi obtido combinando punção aspirativa e biópsia guiada por fluorescência.

Os benefícios foram o fim da infecção nas feridas e o início da concretização das camadas mais profundas. Como consequência, os pacientes passaram a ter menos dor e a redução da secreção no local. A melhoria foi observada no fim da segunda semana do tratamento com antibióticos, e a técnica foi aplicada em 40 participantes, que tinham feridas a partir da diabetes 1 e 2, insuficiência venosa crônica, obesidade ou outras doenças que dificultam a cicatrização.


Técnicas e resultados

Coordenado pelo infectologista Daniel Lital e orientado pela também infecto, Adriana Macedo Dell’Aquila, o estudo aconteceu entre maio de 2022 a janeiro de 2023, e foi divulgado agora.

A punção aspirativa por pressão negativa, umas das técnicas usadas, é quando se é utilizado uma seringa com uma agulha bem fina para extrair líquidos das camadas mais profundas do ferimento do doente.

Com isso, os pesquisadores conseguem expelir diretamente a secreção, com pouquíssimo, ou quase nenhum contato com a superfície da pele, o que diminui consideravelmente o risco de infecções.

Já na biópsia guiada por luz fluorescente lilás, os pontos que têm maior concentração de agentes infecciosos se destacam quando expostos sob a luz, se tornando mais avermelhados. sozinho, a biópsia conseguiu uma sensibilidade de 90% a microrganismos.


Maior precisão

Para Daniel Lital, o uso dos métodos combinados, ajudam a ter uma maior precisão das causas de infecção nas feridas.

“Em geral, nos casos de análise microbiológica de feridas crônicas, a punção aspirativa não é realizada. Com a pesquisa, queremos demonstrar que o método apresenta melhores resultados quando associado a biópsia”, explicou.

O pesquisador disse ainda que, detectando com uma agilidade o porquê da dificuldade de cicatrização do ferimento, é possível direcionar o tratamento e acelerar a melhora do paciente.


actérias

Entre os principais agentes que infeccionam as feridas dos pacientes, estão Staphylococcus Aureus, Pseudomonas Aeruginosa e Escherichia Coli.

Essas bactérias normalmente são encontradas no corpo humano e não costumam apresentar risco à saúde de pessoas que estão saudáveis.

Mas, uma vez na corrente sanguínea, o problema é outro. Eles desencadeiam processos inflamatórios, e no casos daqueles que têm feridas crônicas, dificultam ainda mais o fechamento do problema.


Participantes

O critério de escolha dos pacientes do estudo, que seriam submetidos a técnica brasileira, levou em consideração aqueles que já estavam em tratamento há pelo menos três meses.

Para ser escolhido, o doente também deveria ter realizado acompanhamento com antibióticos nos 90 dias que antecederam o início da pesquisa.

A técnica brasileira realizada no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), que conseguiu melhorar em até 80% o tratamento contra feridas crônicas,  é uma esperança para milhares de pacientes.


Com informações de Governo de São Paulo.