Aristóteles, em algum momento dos seus 62 anos, disse que “felicidade é o pleno desabrochar da natureza de quem vive.” Apaixonei-me por esse conceito, porque vejo nele uma sequência de verdades que o Ser deve encarar para ser (do verbo) um Ser (do substantivo) Líder. Um líder é, antes, um Ser. E é neste Ser que estão os caminhos mais profundos e abundantes de uma liderança real, sincera, autêntica. Características que, na demanda atual, são aquelas que sustentam sua habilidade de influenciar outros. Estamos em novos tempos... tempos mais difíceis de conseguir o direito de liderar alguém... A autenticidade da influência não está mais relacionada a cargo, salário, remunerações. Nunca estivemos em um tempo com tantas pessoas no ‘estar líder’ e poucas pessoas no ‘ser líder.’ 

Mas então, o que seria um pleno desabrochar? Pleno, de plenitude, é um estado daquilo que é inteiro. Não há liderança pela metade. É preciso estar inteiramente conectado com aquilo que se pretende fazer, sem atalhos, sem garantias, sem respostas prontas ou noites perfeitamente dormidas. Liderar é, antes de mais nada, uma decisão. É como casar, ter um filho, tornar-se empreendedor. Ou você se entrega e percorre toda a ponte, ou então, a queda já está preparada. É apenas uma questão de tempo para você se apoiar na primeira dúvida, falha, crítica ou desordem para você falar diretamente ao seu íntimo “eu sabia que não daria certo”. 

Essa plenitude é de um desabrochar. Uma flor não desabrocha no dia que nasce. Desabrochar significa despertar, com paciência, ao se alimentar de recursos que cooperam com o seu crescimento. Não é instantâneo e também não é uma espera milagrosa. Para desabrochar, é necessário alimentar-se daquilo que contribui para o seu propósito. É escolher suas influências, é gerir sua emoção, aceitar o dia que não foi bom sem culpa destrutiva, é aprender a perguntar para quem conseguiu bons resultados, é alimentar-se para desabrochar de uma maneira autêntica. 

Por fim, Aristóteles fala “da natureza de quem vive.” Lideres não nascem prontos, tenho convicção sobre isso. Natureza é uma condição original, você nasce com talentos atemporais na sua individualidade maravilhosa criada por Deus. Não tente liderar a partir da natureza do outro, porque o melhor resultado possível será a melhor cópia do mundo.  Ao ‘Ser Líder’ de hoje e do amanhã, questiono: Se liderar é um caminho e o líder é um viajante, quais fronteiras você tem explorado dentro de si mesmo com propósito claro de chegar a um lugar diferente de todos já visitados, para compartilhar com o seu time, uma vivência que eles não teriam com um líder qualquer? 


Luiza Utzig é administradora de empresas, consultora de processos (certificada pela Adigo Desenvolvimento) e facilitadora na área de liderança. Completou 14 anos de experiência como gestora empresarial no ramo atacadista de alimentos e outros negócios familiares. Já liderou equipes de desenvolvimento pessoal e voluntariado com experiência cultural em mais de 20 países. É fundadora e head facilitadora da Três Desenvolvimento que multiplica liderança através de processos e treinamentos inovadores. Atualmente é a segunda vice presidente da ACIC em Chapecó. É reconhecida com os prêmios: maior performance de grupo da AIESEC Chapecó em 2010, troféu Líder do Futuro do programa Crescimentum (São Paulo em 2015), 9 projetos premiados nacionalmente da JCI Chapecó em 2016, o troféu e destaque Mulheres de Valor em 2017 (Chapecó) e o reconhecimento nacional TOYP (The Outstanding Young People) da JCI na categoria êxitos acadêmicos e liderança em outubro de 2018.