O aumento nas vendas dos pequenos negócios catarinenses ficou dentro do esperado para o 4º trimestre de 2023, considerado o melhor período do ano para o comércio devido às festividades. De acordo com a última pesquisa de Tendência Conjuntural para os Pequenos Negócios (PNE) catarinenses, divulgada pelo Observatório de Negócios do Sebrae/SC, 4 em cada 10 pequenos negócios, ou seja 38%, obtiveram essa melhora.
“Mesmo sendo historicamente o melhor trimestre do ano, os resultados revelam que a recuperação segue passos lentos, ainda sem alcançar resultados vistos até 2021, onde o aumento de vendas no trimestre variava de 50% a 60%”, avalia a analista de dados e coordenadora do Observatório, Amanda Maciel da Silva.
Contudo, no mesmo trimestre de 2023, 31,3% dos pequenos negócios apontaram queda nas vendas, atribuindo ao contexto econômico do país e da população ou aos reflexos do clima e das enchentes que afetaram o estado nos meses de outubro a dezembro. As empresas de serviços foram as que registraram um menor crescimento. Na contramão, o setor da indústria foi reaquecido e alcançou 41,2% de empresas com aumento nas vendas e 13,9% de aumento médio de faturamento.
De modo geral, 45,9% dos pequenos negócios apuraram lucro no trimestre e aumentaram o faturamento de 10,8% em relação ao trimestre anterior.
Uma aliada dos negócios tem sido o uso das ferramentas digitais no escalonamento das vendas e alcance de clientes. Das pequenas empresas que exploram esses recursos, 50,2% tiveram aumento nas vendas. Já as que não usam os recursos digitais só tiveram 27,1% de aumento.
Quanto ao crescimento em relação à produtividade, no comércio obteve-se 12,9% e os microempreendedores 19,9%, os dois com as melhores altas. Já para os pequenos negócios de forma ampla, o aumento na produtividade no 4º trimestre alcançou 33,4% das empresas.
Sobre os investimentos, 3 em cada 10 empreendedores (31,3%) realizaram investimentos. O foco segue sendo na parte estrutural, na ampliação de espaços físicos, aquisição de equipamentos e máquinas, além de ampliação de estoque. Outro indicador positivo do trimestre foram as contratações: 2,8% de aumento no número de pessoas ocupadas no negócio, em comparação a setembro de 2023.
“As expectativas para o 1º trimestre de 2024, não são tão positivas, o que é natural para o período. Com a passagem do fim do ano, das festas comemorativas, o consumidor desacelera e tem vários compromissos financeiros, gerando uma redução na demanda dos negócios. Por isso, estima-se uma leve queda no faturamento (-0,3%) e redução da mão de obra (-2,1%), voltando aos patamares de pessoas ocupadas de setembro de 2023”, explica Amanda Maciel.
Segundo o levantamento, a perspectiva sobre a economia do país ainda gera incerteza, contudo o grupo que espera melhora (40,6%) supera os que estão pessimistas (38,1%), contudo os que esperam melhora já são o dobro do registrado ao final do quarto trimestre de 2022.