O conceito de saúde foi mudando no decorrer do tempo. Atualmente o conceito está ligado a melhora da qualidade de vida. Admite-se que a saúde depende de determinantes socioambientais, que podem influenciar diretamente no processo saúde-doença.
Saúde e doença são visto como um processo contínuo, em equilíbrio e dependendo de políticas públicas que envolvem educação, meio ambiente, segurança, lazer, cultura, geração de renda, saneamento e acesso aos serviços e tecnologias em saúde. Essa nova forma de entender a saúde é recente e veio ganhando força nos últimos 30 anos, reformulando as práticas de fazer assistência e ensinar ciências da saúde em todos os cursos de graduação.
É a partir dessa concepção mais ampla que está organizado o Sistema Único de Saúde no Brasil. É preciso entender que o SUS não é apenas um “gigantesco plano de saúde” mas uma política que equilibra ações assistenciais (envolve o atendimento aos indivíduos doentes) e de prevenção (que muitas vezes deve ser articulada com outros órgão e instituições) de forma que uma não anule a outra.
Quando pensamos em Sistema Único de Saúde, o que vem em mente são longas filas, espera por leitos e exames. Ao mesmo tempo é necessário está ciente que esse é um sistema em construção, que mesmo com problemas, contamos com programas que deram certo e que são reconhecidos internacionalmente pelo seu sucesso, entre os quais citamos o política de transplantes, programa de controle do HIV/AIDS, Imunização, controle do tabagismo ente outros.
Mesmo com cobertura de plano de saúde é importante que conheçamos a estrutura e funcionamento desse Sistema de Saúde, considerando que o SUS participa ativamente em nosso cotidiano, em medias simples como licenciamento de farmácias, restaurantes, clínicas e até no monitoramento da qualidade da água que recebemos, e muitas vezes não percebemos que estamos utilizando o sistema público de saúde.
Compreender um pouco dessa complexa engrenagem gigantesca que envolve municípios, estados e união será uma constante nessa coluna, informando de forma simples e descomplicada maneiras de melhorar o seu nível de saúde, sempre baseado no conhecimento científico e considerando os aspectos éticos que envolve as questões da informação em saúde.
Osvaldo Correia Damasceno é Enfermeiro e Professor da Universidade Federal do Pará, na Faculdade de Medicina em Altamira, com mestrado na área de Epidemiologia, atua na gestão de vigilância em saúde e atenção básica, com experiência no controle de epidemias de dengue, malária e na pandemia de COVID-19.