Tudo que aconteceu em Teahupo’o, Polinésia Francesa 2024 com Time Brasil de Surf nas Olimpíadas de Paris 2024. A surfista brasileira Tatiana Weston-Webb conquista prata, a primeira (1ª) do surf feminino brasileiro, em uma bateria muito acirrada com notas e somatório (5,83+4,50=10,33) contra a norte americana Caroline Marks (7,50+3,00=10,50), Tati se empenhou até os últimos momentos da bateria, ela que precisava de uma onda de 4,80 para virar em cima de sua adversária, na última onda conseguiu uma nota que pontuou 4,50, ficando muito próximo da medalha de ouro.

Outro atleta medalhista foi o tricampeão Gabriel Medina conquistou a tão sonhada medalha olímpica, é de bronze e com um somatório de 15,54 (notas 7,77 e 7,70), contra o peruano Alonso Correa que somou 12,43 (notas 6,83 e 5,60). “Estou feliz pela medalha, estou levando uma medalha pra casa”, declarou Medina ao sair do mar.

A trajetória da Equipe brasileira nas olimpíadas começou bem nas primeiras fases no sábado (27), em Teahupo’o na Polinésia Francesa, com tri campeão mundial Gabriel Medina, João Chianca e Luana Silva avançando direto para a 3ª fase.  

Já o bi campeão mundial Filipe Toledo, Tatiana Weston-Webb e Tainá Hinckel não se conectaram com as condições do mar e foram para a repescagem. 

No domingo (28) Filipe Toledo se conectou com as excelentes condições do mar e deu um show de surf, avançando para 3ª fase, recebendo a melhor nota (9,67) e também o melhor somatório (17,00), indo para a 3ª fase do evento. Filipe não conseguiu repetir a boa atuação de surf apresentado na bateria anterior e o Brasil teve sua primeira baixa na Equipe de Surf nas Olimpíadas Paris 2024 na 3ª fase. 

Já Gabriel Medina e João Chianca deram um show de surf na 3ª fase do evento com Gabriel tirando o título de melhor onda e somatório do evento de Filipe, emplacando uma nota (9,90) e somatório de (17,40) contra o japonês Kanoa Igarashi, que eliminou Gabriel das Olimpíadas do Japão (2020).

Assim também aconteceu com João Chianca que pegou uma bateria duríssima contra o marroquino Ramzi Boukhian, conseguindo boas notas e somatório (8,33+6,70=15,03), os brasileiros construíram bons resultados para se enfrentar nas quartas de final.

Tatiana Weston-Webb e Tainá Hinckel avançam na repescagem, indo para a 3ª fase, se juntando à Luana Silva.

O evento ficou paralisado, sem realização das baterias no dia 30 e 31 devido a fortes ondulações e ventos fortes em toda costa da Polinésia Francesa, retornando às competições na quinta-feira (01).

A primeira bateria do dia foi de Tatiana, que pegou uma adversária de peso, nada mais do que a número um do ranking mundial Caitlin Simmers. Mas Tatiana não se intimidou e avançou para as quartas de final, fazendo duas notas 6,17 com somatório de 12,34 contra a campeã mundial Caitlin Simmers, que fez notas e somatório (1,50 + 0,43 = 1,93).

Na sequência as brasileiras Luana Silva e Taína Hinckel se enfrentaram, com poucas ondas e oportunidades devido ao momento adverso do mar, mas Luana Silva soube tirar proveito para avançar para as quartas de final, onde enfrentou Tatiana. Tainá não conseguiu fazer o seu melhor surf, sendo o segundo atleta fora das Olimpíadas Paris.

Nas quartas de final os brasileiros se enfrentaram na 3ª bateria, onde Gabriel Medina levou a melhor contra João Chianca, eles que são muito amigos, mas dentro d´água é cada um por si, como dizem os atletas. 

Gabriel emplacou duas ondas e somatório (8,10+6,67 = 14,77) e João Chianca apenas com notas (4,83 + 4,50 = 9,33), foi um bom momento do mar que apresentou boas ondas para os dois competidores. Gabriel avançou à semifinal para competir contra o australiano Jack Robinson.

Nas quartas de final feminino Tatiana Weston-Webb enfrentou a atleta espanhola Nadia Erostarb, com um mar muito irregular, Tati saiu pegando grande quantidade de ondas, até conseguir duas notas e somatório (4,50 + 3,60 = 8,10), contra a espanhola que conseguiu notas e somatório (3,57 + 2,77 = 6,34), esta bateria devido às condições fracas do mar não proporcionou grandes atuações.

Devido às condições de muito vento e mar irregular o evento ficou paralisado por mais três dias (2, 3, e 4) e retornou na segunda-feira (5) último dia de evento, com Gabriel Medina somando (6,33), não conseguindo uma segunda nota, ele ficou dezoito (18) minutos aguardando uma onda com potencial e foi derrotado pelo australiano Jack Robinson por um placar de somatório de 12,33(7,83+4,50).

Na segunda bateria feminina do dia foi à vez de Tatiana Weston-Webb que enfrentou a costa-riquenha Brisa Hennessy, que bem no inicio da bateria cometeu uma interferência (remou na onda da adversária que tinha prioridade, perdendo assim a sua melhor onda no seu somatório). Tati somou 13,66 (8,33 + 5,33) contra 6,17 da costa-riquense, avançando para a grande disputa da medalha de ouro.

A felicidade é muito grande de já ter trabalhado com alguns desses atletas no surf e ver a trajetória e evolução deles até o dia Olímpico.

Em 2028 tem mais surf Olímpico em Huntington Beach, CA – EUA.

Foto EFE/EPA/FAZRY ISMAIL


Otoney Xavier é ex-técnico de surf da seleção brasileira, já foi do comitê olímpico brasileiro e medalha de ouro com equipe em vários campeonatos nacionais e internacionais.