Para a maioria dos brasileiros, garantir uma alimentação equilibrada é um grande desafio, principalmente pela variedade de produtos ultraprocessados disponíveis no mercado alimentício e pela praticidade de escolher itens que agilizem o preparo das refeições no dia a dia. Se fazer boas escolhas é uma missão complicada para os adultos, como agem as crianças diante tantas opções coloridas e saborosas da indústria? Pensando nisso, a nutricionista do Fort Atacadista de Chapecó, Simoni Toledo, orienta sobre a importância da educação alimentar na infância para desenvolver uma cultura saudável e obter mais qualidade de vida.
De acordo com a nutricionista, alimentar-se bem durante a infância é relevante de modo igual a aprender a falar. “Ao oferecer conhecimento sobre escolhas alimentares adequadas, equilíbrio nutricional e hábitos saudáveis desde cedo, capacitamos as crianças a adotarem um estilo de vida consciente e responsável em relação à alimentação”, explica ao ressaltar que a educação alimentar fornece as bases para a prevenção de problemas de saúde relacionados à má alimentação, como a obesidade infantil, além de doenças crônicas.
Para desenvolver a cultura da boa alimentação, Simoni afirma que é imprescindível que o exemplo venha de casa. “As crianças aprendem muito observando. Por isso, a alimentação dos adultos que convivem com a criança deve ser coerente com a orientação que é passada para ela. Se o adulto come fast-food durante o almoço, não pode esperar que a criança queira comer brócolis, cenoura e alimentos saudáveis, porque a tendência é que ela siga o exemplo”.
Ainda, a nutricionista complementa que os conteúdos disponibilizados na infância também precisam ser educativos para incentivar uma vida saudável. “Avalie os desenhos, as propagandas e demais informações que a criança acessa. Todas as mídias e produtos têm um conceito. É essencial que esse ideal esteja alinhado com os propósitos de alimentação da sua família”, avalia Simoni.
Incentivo a alimentação saudável
Além de mudar as referências visuais e comportamentais que influenciam o consumo, uma excelente alternativa é envolver as crianças nas atividades de casa. “Permita que seus filhos ajudem a higienizar os alimentos, crie uma horta e incentive o plantio de legumes, frutas e verduras e peça ajuda para arrumar a mesa, por exemplo. Facilite o acesso da criança ao alimento. Elas precisam conhecer os produtos naturais para se habituar com a aparência e com o sabor. Faça a criança se sentir importante, pertencente ao local que vive e feliz pelas suas escolhas”, orienta Simoni.
Outra dica da nutricionista é apostar em pratos coloridos para tornar a refeição mais atrativa, estimulando as crianças a experimentar novos alimentos. “A soma de diferentes frutas e vegetais contém também uma variedade de vitaminas, minerais e antioxidantes essenciais para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças. Ao incluir uma variedade de cores no prato, promovemos uma dieta diversificada e nutritiva”.
Uma educação alimentar eficaz na infância deve priorizar alimentos ricos em nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento saudável na infância. “É importante lembrar que a alimentação saudável para crianças deve ser equilibrada, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e laticínios. Introduzir produtos orgânicos de forma criativa na rotina alimentar das crianças, ajuda a desenvolver o paladar e o apreço por esses grupos alimentares desde cedo”, destaca Simoni. Além disso, a nutricionista relata que é fundamental considerar as preferências individuais e necessidades nutricionais das crianças ao planejar as refeições.