A produção do vinho Goethe impulsiona na região uma nova cadeia de negócios, que inclui visitas guiadas às vinícolas, degustações harmonizadas e tantas outras experiências

 

Acompanhar o processo de produção, conhecer a história, e sobretudo degustar uma das bebidas mais consumidas do mundo é o que move os apreciadores de vinho. Na região dos Vales da Uva Goethe, que compreende os municípios de Urussanga, Pedras Grandes, Cocal do Sul, Morro da Fumaça, Treze de Maio, Orleans, Nova Veneza e Içara, o enoturismo é uma tendência e mais uma opção de renda para os produtores. 

 

De acordo com a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), a partir de 2019, o número de “enoturistas” vinha crescendo de 10% a 15% ao ano,  teve uma queda durante a pandemia, mas voltou a crescer. Foi justamente durante a pandemia que a família Trevisol decidiu investir no enoturismo. “A minha esposa tomou a iniciativa e nós começamos a oferecer degustação harmonizada com tábuas de frios, aos poucos fomos aprimorando. Investimos para preparar a nossa estrutura para receber os turistas, e deu certo”, conta Trevisol, que é presidente da Associação Progoethe.

 

A Vinícola Trevisol, localizada em Urussanga, oferece além da degustação e da visita, produtos turísticos personalizados, como o Merendin. O visitante recebe uma cesta com produtos caseiros, suco e vinho para fazer um picnic no belo gramado da propriedade, bem em frente ao lago. A história da família também é um atrativo, a vinícola conta com um pequeno museu que também pode ser visitado. “Hoje todos se envolvem em receber os visitantes, temos mais uma  fonte de renda e também uma oportunidade de vender nosso vinho diretamente ao consumidor,”finaliza.

 

Consultoria para criar roteiros turísticos personalizados

 

Na região dos Vales da Uva Goethe, muitas propriedades descobriram no enoturismo uma atividade rentável e investem na infraestrutura receptiva, e na criação de experiências. As vinícolas apostam em passeios, visitas e degustações, cada uma respeitando a sua capacidade e o perfil de negócio. O que todas têm em comum? O elemento central: a valorização da cultura e da história da imigração italiana, e claro a estrela maior: o vinho Goethe.

 

Os roteiros e atividades são pensados para preservar essa identidade cultural, e sobretudo a relação com a uva goethe, cultivada somente nesta região.”A uva goethe é única, além disso a região tem um conjunto de características que favorecem o enoturismo, a cultura, as tradições italianas, a gastronomia e o patrimônio histórico”, explica o empresário e guia de turismo, William Barba.

 

A  empresa de Barba, a Rota Turismo atua com consultoria na criação de roteiros, capacitação e criação de experiências turísticas. Segundo ele, a democratização do vinho impulsionou o turismo em torno da bebida, mas só um bom produto não garante a movimentação turística. ” O visitante quer beber um bom vinho, mas ele também quer viver uma experiência gastronômica, histórica e cultural, e claro ser bem atendido,”destaca.

 

Vindima: a celebração a colheita da uva  que movimenta o turismo

 

O enoturismo na região dos Vales da Uva Goethe vem se fortalecendo, e na época da vindima o movimento de visitantes é ainda maior. O mês de janeiro  celebra a viticultura e a enologia, a colheita é o ápice de um ano de trabalho, e o início de uma grande jornada em busca do vinho perfeito. A 16ª Vindima Goethe celebra a colheita da uva, em 2024 será realizada de 10 a 28 de janeiro, com programação especial nas 6 vinícolas e nos demais estabelecimentos participantes.


Na Pousada Vale dos Figos, localizada em uma área de 65 hectares, próximo ao Centro de Urussanga, durante a Vindima os turistas podem participar da colheita , além de picnics organizados embaixo dos parreirais. “Oferecemos essas atividades durante o ano todo, e o nosso espaço também está aberto à visitação. Além disso, no nosso complexo temos uma cachoeira, trilhas ecológicas, o pomar e o nosso belíssimo vinhedo de 5 hectares,” destaca a empresária Fernanda De Pellegrin.