Você é impulsionado a realizar algo ou se esforça muito para parecer ocupado diante de todos que estão a sua volta?

O conceito de ser produtivo X estar ocupado já foi amplamente debatido no desenvolvimento de líderes. Muitos autores levantaram a diferença que existe entre esses dois status. A principal fuga aqui talvez esteja atrelada a percepção que eu quero que o outro tenha do meu trabalho e como eu vendo a minha rotina. Se estou ocupado, sou requisitado; Se sou requisitado, sou importante; Se sou importante, é isso que importa. 

Por trás dessa cascata vemos vícios comuns de líderes: o medo de enfrentar conversas difíceis e com isso parecer estar sempre ocupado demais para ouvir, para perguntar, para perceber, para observar; o orgulho de ser o dono de toda e qualquer decisão, não permitindo autonomia e evolução dos processos decisórios da minha empresa sem a minha presença; a busca – aqui não só de líderes, mas de todos nós, de nos sentirmos importantes e a linha tênue que divide o pertencer do prevalecer. Quando eu pertenço, trago equilíbrio ao sistema; quando quero prevalecer, trago desarmonia. 

Todos esses desafios, guiados pela tentação de ser multitarefa, nos afastam do impulso para realizar algo. 

Realizar ou corporificar – como gosto de chamar – é canalizar toda sua força do Querer naquilo que foi planejado por racionalidade e/ou instinto e demanda um Ser que não esteve a todo tempo ocupado. Para o líder que realiza além da superfície, é necessário aprender a desocupar mente, coração e mãos para renascer os motivos da sua verdadeira produtividade. Esse é um caminho do desenvolvimento do Ser que é a fonte do nosso amadurecimento como líderes. 

"A man is not idle because he is absorbed in thought. There is a visible labor and there is an invisible labor." Victor Hugo

 Tradução: "Um homem não está ocioso porque está absorvido no pensamento. Há um trabalho visível e um trabalho invisível". Victor Hugo





Luiza Utzig é administradora de empresas, consultora de processos (certificada pela Adigo Desenvolvimento) e facilitadora na área de liderança. Completou 14 anos de experiência como gestora empresarial no ramo atacadista de alimentos e outros negócios familiares. Já liderou equipes de desenvolvimento pessoal e voluntariado com experiência cultural em mais de 20 países. É fundadora e head facilitadora da Três Desenvolvimento que multiplica liderança através de processos e treinamentos inovadores. Atualmente é a segunda vice presidente da ACIC em Chapecó. É reconhecida com os prêmios: maior performance de grupo da AIESEC Chapecó em 2010, troféu Líder do Futuro do programa Crescimentum (São Paulo em 2015), 9 projetos premiados nacionalmente da JCI Chapecó em 2016, o troféu e destaque Mulheres de Valor em 2017 (Chapecó) e o reconhecimento nacional TOYP (The Outstanding Young People) da JCI na categoria êxitos acadêmicos e liderança em outubro de 2018.